Mural Digital | 50 anos do 25 de abril

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Exposição de Trabalhos de Artes Visuais

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No passado dia 12 de abril decorreu, na Galeria Municipal Tomás da Costa, a inauguração de uma exposição de trabalhos de artes visuais realizados pelos alunos de todos os níveis de ensino do Agrupamento de Escolas Ferreira de Castro, iniciativa que integra as actividades promovidas pelo Projeto Cultural de Escola, no âmbito do Plano Nacional das Artes, alusivas às comemorações do cinquentenário do 25 de Abril.

O evento mereceu casa cheia, com a presença de numerosos elementos da comunidade educativa, como alunos, encarregados de educação, professores e assistentes operacionais, mas também de representantes do poder autárquico e local, bem ainda como do Coordenador Intermunicipal do Plano Nacional das Artes, Professor Luís Monteiro.

Para além da apreciada mostra coletiva de trabalhos, teve ainda particular significado o discurso improvisado da aluna Mariana Cunha, do 11º E, versando valores como a liberdade, a democracia e a cidadania, que mereceu justos aplausos da numerosa assistência.

A exposição estará patente ao público até ao próximo dia 10 de maio.


Nos EBSFC

Em Outubro de 1971 começou a funcionar no edifício do antigo colégio de Oliveira de Azeméis uma secção do Liceu Nacional de Aveiro que, em 1973, viria a dar origem ao Liceu Nacional de Oliveira de Azeméis.

Em Novembro de 1979, o liceu passou a designar-se Escola Secundária Ferreira de Castro, em honra do escritor nascido em terras de Azeméis.Em Setembro de 1988 a escola mudou as suas instalações do centro da cidade para a rua Dr. Silva Lima, em Lações de Cima.

Ao longo do tempo a sua oferta formativa centrou-se em múltiplas áreas de estudos, com relevo especial para as humanidades, para as ciências naturais e para as artes. Com a introdução dos cursos tecnológicos e profissionais, têm assumido relevo os de Animador Sociocultural, Auxiliar de Saúde, Design, Gestão, Gestão e Programação de Sistemas Informáticos, entre outros.

De 2006 a 2012 a escola foi a sede do que se designou Centro Novas Oportunidades Ferreira de Castro (CNO), onde se realizaram processos de reconhecimento, validação e certificação de competências (RVCC) destinados a adultos que pretendiam obter uma certificação equivalente ao 1.º, 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e ao ensino secundário. Durante estes anos a escola ofereceu também Formação Modular Certificada e Cursos de Educação e Formação de Adultos (EFA), escolar e de dupla certificação, em regime diurno e noturno.

Entre 2009 e 2011 a escola sofreu obras de remodelação e ampliação realizadas pela Parque Escolar, EP, no âmbito de um plano de modernização de escolas secundárias por todo o país. O edifício passou a ter uma configuração diferente e única, tendo incorporado os cinco blocos existentes até 2009. 

Em 3 de julho de 2012, foi criado o Agrupamento de Escolas Ferreira de Castro, Oliveira de Azeméis, com sede na EBS Ferreira de Castro, ao abrigo do disposto no Decreto Lei n.º 75/2008 de 22 de Abril, com alterações posteriores, republicado em anexo ao Decreto-Lei n.º 137/2012 de 02/07/2012, tendo a nova unidade orgânica entrado em funcionamento a 1 de setembro de 2012.

Atualmente, frequentam as escolas do Agrupamento mais de mil e quinhentos alunos de todos os níveis do Ensino Básico e do Ensino Secundário, de Cursos Profissionais e de Cursos de Educação e Formação para jovens (CEF).

 

SOBRE O SEU PATRONO - FERREIRA de CASTRO

ferreira castroJosé Maria Ferreira de Castro nasceu a 24 de Maio de 1898, no lugar de Salgueiros, freguesia de Ossela, concelho de Oliveira de Azeméis. Em 1910 fez exame do 2º grau de instrução primária e terminou assim, prematuramente, a sua formação escolar. Em 1911, com apenas 12 anos, partiu para Leixões, rumo ao Brasil.

Durante quatro anos viveu no seringal Paraíso, em plena selva amazónica, junto à margem do rio Madeira. Foi uma experiência dura e marcante a que se seguiram outras não menos precárias. Foi embarcadiço em navios do Amazonas e teve de recorrer a trabalhos como o de colar cartazes em Belém do Pará para poder sobreviver. Entretanto, revelara-se já a sua vocação como escritor com os primeiros romances e peças de teatro, bem como com a publicação de diversos textos jornalísticos.

Em 1919 regressa a Portugal onde se aventura em várias iniciativas ligadas ao jornalismo até chegar a redator do jornal O Século e diretor (embora por pouco tempo) do jornal O Diabo.

Emigrante, viajante, homem do jornalismo e, sobretudo, ficcionista é hoje em dia, ainda, um dos autores com maior obra traduzida em todo o mundo. O seu nome chegou a ser sugerido duas vezes para prémio Nobel da Literatura.

Ferreira de Castro faleceu no Porto, em 29 de Junho de 1974, na sequência de um acidente cardio-vascular, mas foi sepultado, por vontade sua, em Sintra, terra que muito amara e onde havia passado boa parte dos últimos anos da sua vida.

Considerado um dos maiores escritores da sua época, as suas obras mais conhecidas, «Emigrantes» (1928), e «A Selva» (1930), resumem a sua dura experiência de emigração e sofrimento, quer no ambiente do Seringal Paraíso da floresta amazónica, quer em Belém do Pará. Foi talvez essa experiência – duramente vivida e caldeada com a sua prodigiosa sensibilidade e inteligência – que lhe possibilitou a compreensão do homem e do seu dramático destino, tornando-o um dos maiores humanistas do século XX, o que, de algum modo, se exprime no Pórtico da sua obra «Emigrantes»:

“Os homens transitam do Norte para o Sul, de Leste para Oeste, de país para país, em busca do pão e de um futuro melhor”. (...) “Nascem por uma fatalidade biológica e quando, aberta a consciência, olham para a vida, verificam que só a alguns deles parece ser permitido o direito de viver…”.

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